A beleza do "feio"
- Gaby Camargo
- 1 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de mar.
Por que a moda traz desconforto? Por que achamos pessoas “perfeitas” entediantes? Por que a moda é feia? Por que a beleza estranha é mais atraente? Sabe aquela mulher considerada padrão por ter os olhos azuis, nariz perfeito, cabelo loiro ou castanho? imagine essa mulher ao lado de outra mulher com um nariz grande, um corpo mais magrinho, olhos que chamam atenção por serem assimétricos e um rosto mais marcado. A segunda mulher com certeza chamaria sua atenção por ser estranhamente bonita e teria mais chance de se tornar uma supermodel, mas por quê?
A moda das passarelas sempre foi conhecida como feia, inusável, desconfortável. Além disso acham que as pessoas que são consideradas padrão são muito entediantes, isso é porque o público não se identifica com o perfeito, até porque ninguém é perfeito. Uma pessoa que é estranhamente bonita com certeza vai gerar mais atração por não ser perfeita e até mesmo exalar autenticidade.
o feio como identidade e expressão
Usar elementos “estranhos” não é uma tendência — é um ato de individualidade. Muitas pessoas escolhem peças consideradas feias porque elas querem fugir do comum, dar aquele sentimento de estranheza, se diferenciar e carregam uma personalidade própria.

O grunge, punk, gyaru e avant-garde são estilos (e movimentos) desafiam o belo de que todo mundo fala, modelos com feições diferenciadas como Lily McMenamy, Alek Wek, Vlada Roslyakova e Kate Moss mostram como a beleza pode ser subjetiva, e até mesmo artistas como Björk, Arca, FKA Twigs, David Bowie criaram seus próprios universos considerados fora do normal, mas ao mesmo tempo atrativo e um universo onde as pessoas se identificam com facilidade. Além disso a maioria das músicas famosas foram feitas num momento de desconforto do artista, porque é no desconforto que se descobre.
estética do “feio” na moda
A moda sempre foi um reflexo do que a sociedade considera belo, mas e quando o "feio" se torna a nova referência? A ideia de que a moda precisa ser “bonita” já está ultrapassada, até porque o belo é relativo. Balenciaga, Alexander McQueen, Comme des Garçons, Maison Margiela e Vivienne Westwood são alguns dos exemplos perfeitos pra esse tópico.
Essas marcas geram um certo choque no público por trazer silhuetas deformadas, proporções exageradas, estampas, tecidos, penteados estranhos e peças que parecem erradas de propósito nos seus desfiles, essas marcas tornaram o feio sofisticado.
o impacto da “beleza estranha” no mercado
O mercado da moda descobriu que o feio vende — e muito. As maiores marcas da indústria começaram a apostar nesse conceito, não só pela estética e sim para gerar discussões na mídia, criar desejo e gerar uma certa inclusão. O "feio" na moda se tornou uma forma de arte, algo que chama atenção justamente por desafiar a estética tradicional.
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