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Por que a Geração Z revive o passado?

Gaby Camargo
9 de dez. de 2024
3 min de leitura

Atualizado: 2 de mar.

Nos últimos tempos, a moda tem olhado cada vez mais para trás, e quem lidera essa ideia é a Geração Z. Você já deve ter visto por aí tendências e estilos dos anos 70 aos 2000 sendo revividos, como o estilo Y2K, a calça de yoga (que agora se chama calça flare), entre outros. Mas por que os jovens estão tão interessados no passado, mesmo sendo uma geração tão moderna e pra frente?

Depois de algumas pesquisas, devo dizer que trazer de volta tendências, estilos e músicas do passado é uma forma de escapismo dos dias atuais. Isso acontece porque o passado não oferece espaço para o imprevisível, a incerteza e o medo. As pessoas que viveram nessas épocas tendem a ficar um pouco “revoltadas” com esse resgate, já que muitas vezes usavam algo que nem gostavam apenas para se encaixar na moda da época. Diferente de hoje, onde temos a possibilidade de escolha e maior liberdade para adaptar essas tendências ao nosso estilo pessoal.

filmes, músicas e séries como porta para o passado

Temos muito acesso à informação, e isso é uma das razões para essa nostalgia. Filmes, músicas e séries da época conectam os jovens com o passado que nunca viveram, e eles começam a idealizar isso como se as coisas fossem melhores do que são hoje. Alguns exemplos de séries e filmes são: Gossip Girl, Sex and the City, Mean Girls, entre outros. A música também é algo bem influente, principalmente a música dos anos 70/80, como o estilo disco, tudo isso passa a ideia de que antes os tempos eram melhores e as pessoas eram mais felizes. Bem, isso pode ser verdade, mas já pensou que talvez tenha sido uma distração, assim como nos dias de hoje?

como o passado é reinterpretado na moda atual?

Voltamos para o passado, mas com um toque dos dias de hoje. A nova geração reinterpretou as tendências de épocas passadas, misturando peças antigas com itens atuais, criando looks que conversam com o estilo contemporâneo. Alguns exemplos dessa reinterpretação incluem a calça flare (antigamente chamada de calça de yoga ou boca de sino), o estilo Y2K (com roupas dos anos 2000), o visual disco e muito mais. O cinema também entra nessa onda, como vemos na série Stranger Things, que traz fortes inspirações dos anos 80. Além disso, a música de época foi reinterpretada e passou a influenciar artistas atuais, que usam esses sons como base para suas produções.

por que o passado é tão atrativo?

O resgate de coisas do passado é tão atrativo para os jovens por ser um escapismo da realidade, como dito anteriormente. Mas isso também pode ser explicado pela conexão emocional por trás de séries, filmes e músicas — permitindo-os a se identificar com a história, estilo e até mesmo cultura, que cria uma sensação de pertencimento a algo maior. Outro fator é a busca de exclusividade e autenticidade que esses resgates proporcionam, ao revisitar peças de roupas, músicas e estéticas antigas, os jovens conseguem se diferenciar da massa e se expressar de maneira mais única. Misturar o novo com o antigo resulta em algo original, que pode ser facilmente adaptado ao seu estilo pessoal.

o quão longe essa busca pelo passado pode nos levar?

A busca pelo passado pode nos levar a várias direções, e é interessante pensar sobre isso levando em consideração os lados positivo e negativo. Por um lado, o que torna esse resgate interessante é que ele também pode servir como uma base para a inovação. A arte, a moda e a cultura sempre vão se inspirar no passado, mas, para criar algo realmente novo, é preciso digerir essas influências e criar a partir do que o mundo precisa agora.

Levando em conta o pessimismo, a nostalgia da Geração Z mostra a busca por conexões genuínas, e isso não é ruim. Ela traz conforto e nos transporta para uma realidade diferente, fugindo um pouco do mundo digital. Mas, se amamos tanto o passado, talvez seja hora de focar em criar novas memórias. Afinal, um dia, tudo o que vivemos agora também será nostalgia. Além disso, a idealização do passado pode gerar desconexão com a realidade atual, fazendo com que as pessoas se esqueçam das conquistas e avanços em áreas como sustentabilidade, movimentos sociais e tecnologia.